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Ode à Rubi

Rubi foi (e é) uma grande amiga minha e de Nickary Aycker. Nós três passamos pela transgressão de gênero juntas. Costumo dizer que Rubi foi a primeira endocrinologista que tive, comecei a me hormonizar por instruções dela. Também a menciono em meu artigo "Exu nas Escolas de Arte", presente na aba Blog do site, uma vez que foi ela quem me ensinou a esconder o pau, embaixo do viaduto da estação de metrô Santa Efigênia, por volta das duas da manhã de um sábado e isso é um ensinamento exuístico. Em 2016, ano em que eu entrei na faculdade de artes e Nickary começou a ter um reconhecimento de sua carreira como atriz, Rubi falece por uma tuberculose não tratada em virtude de toda transfobia que ela sofria nos aparelhos de saúde. A colocamos em nossas mãos, juntas, eu e Nickary. Seguramos com todo carinho 10 rubis falsos, criticando ainda a alusão que as pessoas fazem a nós, travestis: de que somos uma farsa, uma mentira, que não somos de verdade.  Fotos por Zadô Luz.

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